sexta-feira, 10 de junho de 2011

O Pastor

Uma Poesia de Roberto Celestino

Ao cair da tarde
O pastor recolhe suas ovelhas
Elas estão cansadas,
Ele também está.
Seu corpo tende a desabar de cansaço
Ele carrega uma ovelha nos ombros
Está ferida,
Desgarrou-se, caiu em um precipício
Ele buscou-a, também se machucou
Encontrou-a.
Agora a carrega nos ombros
Teme perdê-la.
Por fim, o aprisco
Descanso?
Sim,para as ovelhas.
Seus pés inchados e feridos
Vão ter que esperar
Tem ovelhas machucadas pra cuidar,
Retirar espinhos, tratar feridas.
Por fim, dormem.
As ovelhas.
E o pastor?
Vigia.
Precisa estar atento.
As ovelhas dormem,
Estão vulneráveis
O lobo ronda pelos arredores.
Lembra-se da ovelha ferida
Vai até ela
Ela dorme
Ele sossega.
Agora dorme.
Minutos.
Acorda.
Vigia.
Dorme.
Minutos.
O sol desponta no horizonte
As ovelhas se agitam
Precisam de pasto, de água,
Precisam do pastor.
E assim ele se vai
Para mais um dia
De sua vida
Vida que já não parece ser sua
Pois ele a dedicou
À suas ovelhas.

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